A culpa mantêm-me acordada

Queria voltar atrás no tempo,
Queria que fosse fácil como ajustar a hora num relógio,
Queria ser quem era outra vez.

Quero uma máquina do tempo,
Sabes onde encontrar uma?

Dava tudo o que tenho se pudesse voltar atrás
Recuar e evitar os meus erros,
Alguns erros.
Não mudava todos porque aprendi com cada um deles
E não quero ser perfeita.

Se pudesse mudava aqueles momentos que me mudaram a mim
E me tornaram assim.

Quero recuar e evitar os erros que não sei corrigir.

Não consigo dormir,
A culpa mantêm-se acordada.

Não tenho sono,
Talvez porque não quero acordar amanhã para um dia igual ao de hoje.

Quero fazer algo que me dê controlo sobre a minha vida.

Queria que tudo fosse como quero,
Como penso,
Como imagino,
Como sei que seria melhor.

Mas a vida é injusta
E eu já não sei como vivê-la.

Como é difícil ser eu contigo

Odeio-te,
Odeio-te com todas as minhas forças.

Odeio tudo o que me fazes sentir,
Tudo o que me fazes pensar, fazer e falar.

Odeio-te porque não consigo ignorar-te,
Não consigo controlar-te,
Não consigo conter-te,
Não consigo ser superior a ti,
E não consigo ser eu quando tu existes.

Odeio-te porque sou má por ti,
Porque trazes ao de cima tudo o que há de mau em mim,
Porque me fazes sentir inútil e impotente,
Porque cada dia que passa me fazes sentir cada vez pior.

Odeio-te porque me fazes tremer de raiva, falar sem pensar e magoar quem mais amo.

Odeio-te porque graças a ti não sei fazer mais nada.

Odeio-te ódio...

Odeio-te por tudo o que representas, por tudo o que és e por tudo o que mudaste no meu mundo.

Odeio-te porque não me deixas amar incondicionalmente,
Porque andas sempre de mão dada com a desconfiança, a insegurança, o ciúme e a dúvida.

Odeio-te porque mudas acontecimentos,
Substituis sentimentos
E alteras corações.

Odeio-te porque suscitas nas mentes inocentes e ingénuas, pensamentos e sentimentos impuros e dolorosos.

Odeio-te porque me magoas
E porque me fazes magoar os outros.